terça-feira, 29 de junho de 2010

Jolene

A loucura ou insânia é segundo a psicologia uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos considerados "anormais" pela sociedade. É resultado de doença mental, quando não é classificada como a própria doença.
Noite após noite eu ia perdendo o sono com aquilo que mais me dava prazer, o ócio me arrebatava e a morte gritava em meu ouvido, morte fria que não ouve o lamentar de seus corpos flagelados e decadentes.
Acordei eu em um salto, suando frio, coração palpitando, isso se eu ainda tivesse algum coração. Muitos pesadelos me atormentaram novamente naquela noite, eu era agora quase como um vampiro procurando por sangue. Peguei a chave do carro, um maverick 73 verde, entrei e pisei fundo, saí de meu bairro, cruzei a linha do trem e entrei na avenida principal de Malta, em direção à parte interiorana da cidade. Antes de descer para a entrada da estrada de terra havia um ponto de ônibus onde vagamente alguém ficava por ser distante da cidade, portanto mais perigoso. Naquele dia fora diferente, ao entrar na descida mesmo um tanto longe visualizei a moça que sentada esperava pelo transporte, naquela época era um tanto demorado e com certeza não era o melhor transporte publico do mundo, então decidi dar-lhe uma carona mesmo eu inquieto e suando frio. A mocinha já era conhecida, pois diariamente eu comprava o jornal junto à banca de seu pai. A bela moça me informara que estava indo à cidade vizinha comprar placas de chumbo para as impressoras de seu pai, já que ele era o principal fornecedor de jornais da cidade.
Seguíamos caminho então para a cidade de Buona vita, uma cidade de imigrantes italianos, pequena mas bem desenvolvida para a época quando um dos pneus furou, eu imediatamente quando percebi saí do carro, já não era o melhor de meus dias e isso o tornara pior, a moça muito atenciosa dirigiu-se até mim para oferecer ajuda, mas dispensei e sugeri que ficasse fora do carro. Peguei a chave de rodas, o macaco e fui fazer o trabalho, não havia uma alma viva no local e o sol estava me enlouquecendo cada vez mais, eu não sabia o quanto mais eu podia agüentar. Soltei a chave de rodas, sentei e descansei ao lado do carro. Levantei-me um tempo depois, acabei o serviço e entrei no carro, e a moça ia fazendo o mesmo, e se não fosse por um pedregulho ela teria entrado e teríamos partido. Quando ia caminhando em direção ao carro a bela moça resvalara em um pedregulho solto na estrada, fazendo a cair e ficar inconsciente ao encontrar o chão. Rapidamente saí do carro, verifiquei sua pulsação e talvez já estivesse muito tenso e a loucura me tomara conta nesses dias então nada senti ao tocar seu pulso,imediatamente abri o porta malas do carro onde despejei seu corpo. Lembro-me apenas que dei partida e saí, e talvez até o próximo post eu tenha lembrado algo novo para lhe contar.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Conflito

Era uma sexta feira muito fria para sair de casa, então fiquei trancado em meu quarto dedicando-me à pintura, sempre gostei de pintar, e costumava pintar campos floridos.
Naquela noite senti a loucura dentro de mim, estava a alguns meses tomando rivotril, um remédio para ansiedade, mas na ultima semana não havia tomado, eu precisava me controlar, comecei a suar frio, tremer, e em poucos minutos minha pintura estava destruída. As vezes matar se tornava um vício pra mim e eu começava a odiar tudo aquilo, todo o mundo ao meu redor, e até o maldito ar que eu respirava. Andei de um lado para o outro então encontrei na geladeira em meio a azeitonas e milho enlatado uma garrafa de rum que nem lembrava que estava por lá, ocupava tanto meu tempo matando as pessoas e bebendo café que esquecia até do que alguns achavam de suma importância. Bebi meia garrafa e resolvi deitar-me, a tremedeira não parava, comecei a ter alucinações, ver as pessoas de quem eu tinha tirado a vida, elas gritavam e olhavam para mim, bebi mais um gole de rum então fechei meus olhos com força, tentando colocar meus pensamentos apenas na vontade de dormir. Estaria eu ficando louco? O medo me tomou por completo, e pela primeira vez não me senti grande diante das pessoas, senti medo e o primeiro indicio de loucura. Não sei se foi o remédio, o início de outra doença ou a minha morte silenciosa começando a dar seus primeiros sussurros, mas aquilo começara a acontecer repetidamente, e eu começava a ficar escravo do meu próprio eu.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Hora extra

Fiquei cinco anos pensando por qual motivo eu matava pessoas, mas percebi que já havia pensado o bastante sobre isso, eu já conhecia o ser humano o bastante pra saber de mim mesmo.
Após lançar um corpo totalmente inerme ao rio, percebi que eu iria aumentar minha cota aquele dia. Alguém observara toda a minha ação, e graças aos galhos secos, percebi que eu tive um espectador. Corri muito, feito um louco atrás do tal espectador, até o perder de vista. Comecei andar lentamente na mata, mal podia ouvir o estalar dos galhos no chão, exceto um, mas não tinha sido eu que havia pisado, mal tive tempo de me virar, lembro que apenas ouvi um estalo e o barulho do impacto do galho podre em minha cabeça, caí no chão e me voltei para o agressor, foi quando levei outra bofetada, essa vez um belo soco entre o nariz e a boca, tentei levantar, mas não consegui e continuava apanhando muito, já podia sentir o gosto do sangue em minha boca, de fato o sabor era bem melhor do que muitos por aí. Eu procurava por algo no chão enquanto apanhava, até que minhas mãos encostaram-se a uma pedra. Esforcei-me, soltei uma de minhas pernas já que o agressor me batia de cima e lhe desferi um chute, aproveitando a oportunidade imediatamente “levei” a pedra direto ao crânio do maldito, e o mesmo jorrou muito sangue. O tal "matador" gritava de dor, enquanto o pânico por ver tanto sangue seu saindo como água de sua cabeça o tomava por completo. Ele implorava pela vida, e eu lhe dei um chute "bem dado" no meio do seu estomago, amarrei seus pés, suas mãos, então calei sua boca com um pedaço da camisa da vadia que fora nadar um pouco antes que aquele idiota tivera a péssima idéia de me observar. Arrastei o maldito até o mesmo rio do trabalho anterior, e então despejei o "grande nadador" do dia ainda vivo para que aprendesse umas lições de mergulho.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

"Virgem eternamente"

Ficar o dia inteiro em casa mofando me causa náuseas, posso tentar me ocupar, mas com o que eu gosto de passar o tempo está lá fora, nas ruas.
Saí de casa às dezenove horas, já estava escuro já que o horário era o "tradicional", desci pelas escadas que por mais fraco que eu tentasse pisar, uma delas sempre rangia, não importava quantas vezes trocassem, elas ainda continuavam a "gritar".
Malta não tinha praias, mas tinha um lago que ficava dentro de um parque, o "Parque das flores", era grande, um ótimo lugar para minhas vítimas passearem, e era onde eu ficava nas noites de ócio para relaxar. Lá era o lugar onde prostitutas costumavam ficar, marcar encontros ou até mesmo trabalhar. [risos] Naquela noite encostei-me na grade que dividia o lago do restante do parque, e logo mais à minha frente sentada em um banco estava uma das "filhas da noite". Fazia certo tempo que não recebia ninguém em minha residência, resolvi então pagar pelo sexo. Sentei-me ao seu lado então começamos a conversar e após dez minutos de conversa saímos e fomos para a parte mais baixa do parque. Um emaranhado de árvores que mais parecia engolir quem se atrevesse a entrar. Existiam pequenas clareiras que ficavam em meio aos arbustos na margem das trilhas, e foi numa dessas clareiras que entramos. Não posso mentir, ela era uma mulher muito atraente, seus olhos eram azuis, sua pele macia e morena, eu não ousava fixar o olhar por muito tempo, pois sabia que antes de assassino eu ainda era humano.
Terminado o "trabalho", ambos nos vestimos rapidamente, e eu fingindo o caminho de um beijo empurrei sua cabeça de encontro à uma das árvores, o choque foi forte o bastante para deixa-la desacordada. Deitei seu corpo de bruço então pressionei sua cabeça de modo que a terra fizesse o trabalho por mim. Recuperei meu dinheiro então voltei para casa.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O quase

Em um determinado dia todos sentirão o gosto da morte e poderão deliciar-se com um de seus infinitos sabores.
Fui direto para a cafeteria aquela manha, comprei um jornal, sim um jornal, até o pior dos seres merece estar vivo as vezes. A primeira pagina estampava bem grande uma foto e texto com letras em negrito quase emitindo um alerta sobre um maníaco que andava agindo na região, e incrivelmente não falavam de mim. Enquanto eu ficava com raiva por ter que acabar com a "concorrência", era ela quem me vigiava. Voltei pra casa normalmente e fiquei por lá até anoitecer, e como de costume nas sextas feiras, fui ao cinema relaxar um pouco. Na volta resolvi fazer um caminho diferente, e passei por uma pequena rua por trás da igreja que estava em reforma na época, e como já tinha visto presas vivas por aqueles lados não custava nada jogar a linha para arriscar um peixe grande. Já na metade do caminho percebi que alguém me seguira até à pequena estrada de terra, foi quando joguei meu olhar para meus rastros e foquei logo em seguida no caminho que ainda viria, surgiu então em meio aos arbustos já me golpeando a suposta "concorrência". Mal pude ver a cara do maníaco, pois me acertara tão fortemente que fui de encontro ao chão instantaneamente. Apaguei por uns segundos e quando retomei a consciência o tal maníaco já estava me sufocando, com as duas mãos em meu pescoço, pressionara de tal forma que cheguei a pensar que fosse o fim.
Com dificuldade, pois mal respirava, retirei do bolso de meu casaco meu canivete, fiel escudeiro, que já me salvara a vida tantas vezes, e desta vez não seria diferente. Não pensei duas vezes e precisamente desferi o ataque direto em seu peito, uma incisão perfeita que só alguem com anos de experiência o faria. O sangue jorrou em meu rosto, era doce e quente, alguns já o descreveram como o sabor de um beijo, mas eu sabia que aquele na verdade era o sabor da morte.

Nitrito de sódio

Estava eu saindo com uma pessoa, já fazia um mês, e achei que já estava ficando serio demais.
Acordei cedo aquele dia, e embora a insonia me corrompesse noite após noite, eu ainda tinha forças para levantar e beber meu café, o pequeno veneno que vai me matando aos poucos, depois do cigarro era meu unico grande vicio.
Fui fazer mercado,passei na padaria, na vinicula, na casa de velas e por ultimo na casa de um conhecido, um "amigo de outro amigo" seria a melhor forma de dizer. Tudo perfeito para aquela noite muito importante.
Por volta das dezoito horas comecei os preparativos, o frango ja estava no forno,
o vinho na geladeira, faltava apenas cuidar da mesa e alguns detalhes finais.
Após o banho vesti meu melhor paletó, pois era uma noite realmente importante, insisto em dizer. Fui até a cozinha, despejei pouco mais de cinco miligramas de cianureto em uma das taças que aguardavam minha bela companhia, completei com vinho e depositei ambas sobre a mesa juntamente com as velas, que davam um ar muito romantico ao recinto. A campainha tocou logo em seguida, e minhas pernas tremeram. Abri a porta e me deparei com uma visão linda. Vestia um vestido vermelho como o vinho que eu comprara mais cedo e belos cabelos loiros que só de ver já me "chamavam" de tal forma que quase não resisti.
Tirei o frango do forno, e despejei sobre uma bandeja na mesa. Sentei-me e brindamos à vida, um tanto irônico para a minha pessoa, mas confesso que foi engraçado e por muito pouco não dei uma bela gargalhada. Ambos comemos e bebemos e aí sim eu finalmente gargalhei.
Não fazia a minima ideia de como seria, mas senti vontade de saber. Foi lindo ver seu rosto de espanto sem poder reagir, caída no chão, suas células sanguineas destruidas, parada respiratória, sistema nervoso central debilitado e por fim a morte nua e crua agindo em mais um ser humildemente mortal.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Cimentando tijolos

Para que escolher determinados tipos de vítimas? Afinal não sou nem um estudioso para verificar minhas vítimas a fundo, eu apenas olho e decido. Não tenho preconceitos, e todos são bem vindos, credo, cor,conta bancária, tudo isso não importa.
Estava eu numa manhã andando pela rua no inverno geládo da cidade de Malta, e logo a minha frente andava um senhor. Bem vestido, exalava um ar de riqueza, soberania e poder.
Fiquei analisando seus movimentos, sem intenção de fazer qualquer "interferência" sob aquela vida. Conforme iamos nos locomovendo, eu sempre um pouco mais atras, se aproximava um mendigo, era velho e tinha dificuldade para andar, devido ao frio que fazia. Humildemente o mendigo se curvou diante do nobre senhor e fez um pedido de esmola.O senhor procurava meio sem vontade dentro de seu paletó e finalmente encontra uma moeda. O mendigo com todo aquele frio percebe que com aquela moeda mal poderia "ir aos pés" e resolve reivindicar maior valor sobre a mesma. Não tive tempo de ouvir o que o pobre mendigo disse na oportunidade e pelo que vi nem teve tanto tempo para tal.
O senhor que anteriormente me pareceu com total juízo o atacou, mas atacou com tamanha voracidade que o mendigo desmaiara instantaneamente. Eu olhei a cena e escolhi minha vítima.
A cafeteria da esquina é uma das melhores aqui em Malta,e naquele dia eu tive sorte, já que o espancador de mendigos lá entrara. Entrei, tomei meu café, e aguardei do lado de fora até o sujeitinho evadir-se do local. Não esperei muito até que o mesmo saísse, e ele não teve a oportunidade de ver meu rosto após o primeiro golpe. Acertei o sujeito na cara e o empurrei para um beco logo ao lado da cafeteria, e como estava frio a neblina ofuscava a brutalidade de meu ato. Com um tijolo que encontrei ali mesmo, tijolo de construção, esmaguei sua cabeça, jorrava sangue, e a massa cinzenta era estrassalhada, aliás nunca imaginei que pudesse ter tanta coisa dentro de uma cabeça[risos].
Eu juro, que se não fosse seu ato, ele teria sobrevivido. Arrastei sacos de lixo sobre o corpo, tirei meu casaco, embrulhei a arma de meu crime e saí, sem olhar para o "passado".

sábado, 12 de junho de 2010

Talvez a ultima

Acho que um assassino em serie nunca quis se tornar um mas os fatos o obrigaram...
loucura, talvez ódio, não sei dizer ao certo, mas sei que é um vício e não se é possivel parar, é como jogar um jogo em que você mata tanto, mas tanto que sente a necessidade de ter isso pra você.
Eu era muito novo, e tinha bebido muito aquela noite. Saí cambaleando e lembro que encontrei uma garota no caminho de casa, uma garota que não sabia meu nome, uma garota que nunca me vira antes, por motivos que talvez sejam obvios para algumas pessoas, pois estudava comigo, o cara mais estranho do campus.
Naquela noite ela me deu um motivo perfeito para ir "conhece-la", passou por mim e me chamou pra conversar. O ódio, a vigança por todos os anos se escondendo me vieram em pensamento, e meu silencio se tornou mortal. Seus olhos temiam a mim, e por mais força que fazia, não adiantaria, sua vida agora acabaria. Foi engraçado e em parte até poético, seus olhos exprimiam a dor e a lembrança de todos os anos, todos as idéias, e todas as más intenções. Senti prazer, eu realmente senti prazer com aquela vida, ou com aquela morte? Ela mal pode suspirar, minhas mãos cobertas por luvas apertavam seu pescoço, não com força mas com odio, com raiva, e sua expressão tornou-se tao bela ao espelhar a morte. Seus olhos se fecharam,tirei as luvas que vestiam minhas mãos e saí...

O Início


Acredito que isso não seja uma doença, é puro prazer e me sinto bem fazendo isso.
Minha vida, minhas vítimas, meu coração, todos vão me agradecer um dia por todas estas linhas. Tem uma frase de Russeau muito bela para esse momento entre você e eu, e é a seguinte: "O homem é originalmente bom, mas a sociedade o corrompe".
Você quando nasce pode fazer diversas escolhas, e eu realmente as fiz, eu juro, eu fiz escolhas boas. Cheguei em um determinado momento de minha vida que um lado do meu cérebro já não é mais o mesmo, e bem, é um tanto covarde de minha parte culpar meu cérebro, ou a eu mesmo, e um tanto confuso também. Essas coisas só vem em minha mente, então eu as faço.