domingo, 22 de agosto de 2010

Funeral

Névoa: É uma nuvem stratus cuja base está no solo ou perto dele e reduz a visibilidade a menos de um quilômetro.
Naquele dia, uma névoa cobriu Malta, e eu saí para "caçar", como um lobo arrebata sua presa em dia de grande fome. Estaria eu trancado em casa, se não aproveitasse desse belo fenômeno da natureza para trabalhar. Banhando a cidade em um tom embranquecido e transparente, a névoa chegara para dar um ar sombrio e ao mesmo tempo um sentimento e vontade de permanecer o mais fundo possível em meio aos cobertores. Eu que costumava pular cedo da cama, naquele dia permaneci recolhido por mais uns vinte curtos, embora longos minutos.
A cidade estava perfeita para mim, todos se concentravam para o funeral do Senhor prefeito, um homem "honesto"- Não contive a gargalhada. Aproveitei-me mais uma vez da situação e confesso que aproveitar-me da situação já estava por se tornar um hábito incongruente.
Becos são lugares interessantes e que me cativavam de certa forma, e com ajuda da neblina isso se tornava mais interessante ainda: Procurei um lugar para ficar e aguardar, enquanto varias pessoas passavam em frente da pequena rua, eu as matava uma a uma, silenciosamente com os olhos. Dei uma breve espiadela e vi que se aproximava um homem de aparentemente uns 34 anos, baixo, calvo, e os poucos fios de cabelo que lhe restaram na cabeça, já se tornavam grisalhos. Aguardei por um instante, e no momento em que o homem atravessara a linha de meu corpo com a calçada, eu o agarrei, de forma rápida saquei minha faca, e com ela desferi inicialmente um só golpe vertical, que se iniciou no umbigo e parou no inicio do peito do homem, que nem teve tempo de reagir. Apenas pude ouvir seu ultimo fio de respiração, uma respiração coberta por sangue, e um ruído estranho. Por fim desferi em minha vítima, agora já morta, o ultimo golpe, e no centro de seu crânio como de costume acontecia, o sangue jorrou como água., e com todo o restante se misturou, formando uma grande poça vermelha.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

15:00

Todos sabem que alguns políticos não são os melhores em fazer política, e bem, não sou a melhor pessoa pra falar de coisas erradas, mas muitas vezes não custa dar uma “forcinha”.
Eu tinha muitos contatos em Malta, e muitos algumas vezes me safaram da prisão, não que eu já não tenha sido preso, mas acredito que essa não seja a melhor hora pra falar disso, e tenho certeza que logo mais vocês saberão. Esses meus contatos ou informantes, como desejarem, me deixavam a par de tudo o que acontecia na cidade, e algumas vezes eu me deparava com alguns eventos interessantíssimos que por acaso cruzavam o meu caminho.
O prefeito Julio Marco Candietti, a primeira vista era a lei em pessoa, embora muitos achavam que um latão de lixo valia mais do que uma palavra que o careca e gordo prefeito falava, e não só falava, mas fazia, ao contrario e as escondidas, ou como diria minha falecida mãe: por baixo dos panos. Então decidi bancar o bonzinho e o maldoso ao mesmo tempo, na verdade não gosto de pensar assim, afinal, morte é morte e só.
Havia dias da semana em que o prefeito saía para se reunir com dirigentes das cidades vizinhas, eu já estava ciente de tudo isso, e de como eu faria o “trabalho”. O prefeito saía sozinho por baixo da prefeitura, em sua garagem privada, e é obvio que ninguém acreditou que ele realmente saía em reunião com dirigentes, mas sim para atividades ilegais, corrupção, pagamento de propinas e creio eu que todos já conhecem essa velha historia, e como a cidade ainda era pequena naquela época...bem, acredito que seria bem mais fácil esconder a sujeira.
Eu estava planejando isso fazia tempo, não que precisasse, era só entrar, matar e sair, não havia monitoramento algum então não precisei preocupar-me. Eu já havia comprado a arma fazia dois anos e foi a segunda vez que eu sangrei alguém com ela, uma linda pistola 380.
Era uma quarta feira, tomei meu café, vesti meu melhor terno, penteei meu cabelo, dei uma breve parada na loja de travesseiros, e segui em direção da prefeitura de Malta. Cheguei a meu destino as 14h30min, meia hora antes da saída do prefeito para as tais reuniões. Chequei todos os carros até encontrar o carro do Sr. Julio Marco, então saquei uma batata que estava em minha mochila para entupir o cano de descarga do carro. Meia hora depois lá estava o prefeito tentando dar partida, fiquei escondido atrás da coluna que ficava ao lado de seu automóvel, e aguardei ele sair do mesmo, para verificar se havia algo errado. Enquanto ele se preocupava em arrancar a batata do cano de descarga, eu me aproximei lentamente, e apenas uma coronhada foi o suficiente para deixar o Sr. excelentíssimo prefeito de Malta no chão. Saquei finalmente a arma, peguei o travesseiro e com um tiro silencioso o pintei de sangue, um sangue com um nível alto de gordura creio eu.