quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Do câncer ao crematório

A morte. Eu já morri de tantas formas até aqui que nem lembro mais o sofrimento que passei. Deve ser difícil pra mim, ou pra você que lê, mas o fato é que meu ser ambíguo ainda se recupera de todos os desastres psicológicosno qual passei. Privo-me de sentimentos agora, pois a grandeza de meu eu é maior do que aguentar isso, e sinceramente, antes eu até me importava.
Parece que tantos assassinatos me tornaram um homem bem procurado. De certa forma é até redundante falar isso, e não lembro nada, exceto quando fui acordado as exatas 04h00min da manha:O policial gritava no meu ouvido pedindo como eu me chamava, e uma luz de cegar fritava meus olhos como ovos no café da manha. – Franc, MEU NOME É FRANC! E um golpe de coronha me fez apagar na mesma hora.
Nunca pensei que a cadeia seria minha ultima casa, e jurei pelo meu orgulho que não seria.
Segundo o que ouvi: alguém com quem me relacionei brevemente não havia morrido suficientemente para ficar em silencio, e como eu já me fazia suspeito – nas escuras – de vários outros crimes, essa foi a fagulha para minha incineração.