domingo, 13 de fevereiro de 2011

Relicário - Parte 2

Foi tudo muito difícil, e complicado. Fiquei os dois anos seguintes morando em uma casa abandonada. Pagava a um mendigo para comprar comida e bebida. Saía pelas ruas, sempre disfarçado, embora vez ou outra eu fosse reconhecido, e era obrigado a fugir novamente. Apeguei-me tanto ao tal mendigo, que comecei a chamar de pai.
Meu dinheiro precisava de um banco, e eu já era maior de idade. Agora poderia sair por aí sem ser perseguido, embora eu sempre fosse metralhado por perguntas, perguntas muitas vezes de pessoas que eu nem conhecia, ou nem lembrava mais.
Notícias não eram necessárias, eu estava sabendo de tudo o que havia acontecido nesses dois anos. Claro! Eu estava “logo ali”, e jornais eram vendidos em todo o lugar.
Recuperei o dinheiro que me faltava da herança, e depositei junto com o restante, que sobrara do que eu havia levado quando fugi de casa.
Parecia tudo tão certo, exceto pelo boato que corria pela cidade. Boato que me declarava culpado pela morte de minha mãe. Um tanto contraditório, sendo que minha mãe havia morrido no hospital. Esperei, e tinha certeza de que algum maluco iria me procurar tentando fazer “justiça”. Isso era comum em Malta, tão comum que meu palpite estava certo.


CONTINUA...

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